Câmara reduz de 20% para 15% alíquota de tributação sobre dividendos
Foram 319 votos a favor, 140 contrários e duas abstenções
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Luciana Lazarini (Folhapress)
A Caixa Econômica Federal começou a depositar o dinheiro do lucro do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para os trabalhadores. Segundo o banco, o pagamento começou a ser liberado após a aprovação da distribuição de 96% do lucro pelo Conselho Curador do FGTS, na última terça-feira (17).
O pagamento, entretanto, ainda não chegou a todas as contas e a Caixa informa que os depósitos serão concluídos até o dia 31 de agosto.
No extrato do FGTS, o lucro aparecerá com a data de 10 de agosto em cada uma das contas. Segundo a Caixa, o crédito foi feito com data retroativa para que fosse possível incluir os juros do mês.
Tem direito ao lucro anual o trabalhador que tinha saldo nas contas do FGTS em 31 de dezembro de 2020, inclusive para contas inativas.
Para fazer a consulta aos valores, o trabalhador deverá acessar os canais oficiais da Caixa, como o aplicativo FGTS (disponível gratuitamente para Android e iOS) e o site oficial do FGTS. Clientes Caixa também podem fazer a verificação por meio do internet banking da instituição.
A reportagem consultou o aplicativo do FGTS nesta segunda-feira (23), mas, por conta de instabilidade, não foi possível verificar se o valor do depósito já estava disponível. O trabalhador só poderá usar esse dinheiro caso se enquadre em uma das situações previstas para o saque do FGTS, como demissão sem justa causa, aposentadoria, saque-aniversário e compra da casa própria. Veja 15 situações em que é possível sacar o FGTS.
No total, serão distribuídos R$ 8,1 bilhões do lucro líquido do fundo em 2020 para 88,6 milhões de trabalhadores em todo o Brasil. O valor será creditado em 191,2 milhões de contas.
COMO CONFERIR O SALDO DO FGTS
- Pelo celular no Aplicativo FGTS
- Na internet pelo site www.fgts.gov.br
- Pessoalmente nas agências da Caixa, com CPF e NIS/PIS
- Por SMS ou email cadastrando o celular e o email na Caixa
- Outras informações em 0800-7260207
As vendas acumuladas do segmento subiram 62,3% em relação ao mesmo período de 2020
Redação
Segundo o Ibope, 52% dos internautas brasileiros seguem pelo menos um influenciador digital. Com ampla penetração na audiência brasileira, os influencers se tornaram grandes aliados do marketing de grandes empresas. Mas o segredo de uma boa estratégia de marketing de influência está em entender as tendências das redes e escolher o perfil que mais se identifica com o seu público.
Há três anos a Stage Digital ajuda a elaborar ações no ambiente online para empresas como Disney, B2W (Shoptime, Americanas, Submarino e Sou Barato), Heineken, entre outras. Fundada pelo publicitário Fabrizio Galardi (com passagens pelo marketing da Monte Carlo e Grupo Pão de Açúcar) e pela empresária Carol Sampaio, a Stage já fez o “match” entre inúmeros influenciadores e marcas, como Juliette e Americanas, Ludmilla e Facebook, Pabllo Vittar e Dailus, entre vários outros. Só em 2021, a dupla fechou ações com mais de 20 marcas diferentes.
A Stage fez parte do primeiro projeto de lives commerce no Brasil. Sucesso na China desde 2019, essa programação ao vivo de vendas com influenciadores chegou aqui em 2020 com o “Americanas ao Vivo” e hoje é replicado por diversas marcas. Como comenta Fabrizio: “os influenciadores já têm uma proximidade muito maior com o público do que as próprias marcas ou vendedores anônimos. Além disso, outro fator que torna as lives commerce atraentes é o dinamismo: longe da ideia dos comerciais mais engessados, nas lives rolam brincadeiras, jogos e, é claro, a espontaneidade do ao vivo”.
Agora a empresa anuncia também seu casting fixo composto pelas atrizes Carla Diaz e Pâmela Tomé, pela jornalista Cynthia Howlett, pelas influenciadoras Gabryelly Valença e Nick Dutra e pela própria Carol Sampaio.“Nós fazemos contato com as marcas interessadas em criar ações com algum dos influenciadores, elaboramos e ajudamos a produzir os conteúdos de forma mais ágil e dinâmica.”, explica a empresária.Nicola Pamplona (Folhapress)
O Idec (Instituto de defesa do Consumidor) vai propor ao governo federal um programa de bonificações para incentivar a economia de energia por consumidores residenciais, medida considerada fundamental por especialistas para enfrentar a crise hídrica.
Nesta segunda-feira (23), o governo lançou um programa de economia para grandes consumidores, mas o programa foca no deslocamento da demanda para evitar problemas nos horários de maior consumo. Assim, deve ter pouco efeito sobre o nível dos reservatórios.
"O racionamento já bate às portas, a gente já vê ele como uma realidade", disse nesta terça (24) o coordenador do programa de Energia e Sustentabilidade do Idec, Clauber Leite. "A demora para assumir a crise tende a piorar as condições para consumidores residenciais no futuro".
Leite argumenta que o modelo de enfrentamento da crise adotado pelo governo amplia a pressão sobre as tarifas, ao lançar mão de térmicas cada vez mais caras para garantir o suprimento. O engajamento do consumidor, diz, reduz essa pressão e ajuda a poupar água nos reservatórios.
"Não há espaço para aumento da geração a custo razoável", afirma -a primeira térmica emergencial contratada pelo governo, no Mato Grosso do Sul, por exemplo, tem custo superior a R$ 2 mil por MWh (megawatt-hora).
A proposta do Idec dá descontos sobre o valor da bandeira tarifária para consumidores que economizarem energia. As metas de economia variam de 5% a 25% sobre o consumo médio de 2020, dependendo do porte do consumidor.
Já aqueles que não cumprissem as metas, teriam uma penalização, que ajudaria a compensar as bonificações. Consumidores de baixa renda, com consumo de até 100 kWh por mês, seriam isentos da bandeira, com esse custo transferido ao Tesouro.
"Sabemos que isso pode ter algum custo político, mas a falta de ação vai trazer prejuízos muito maiores para os consumidores", diz ele. "A gente vê cenários de aumento de tarifas de 13% a 16% no ano que vem. Se nada for feito, isso pode ser muito pior."
Além da pressão tarifária, especialistas do ICS (Instituto Clima e Sociedade) acreditam que, sem redução do consumo, o Brasil tende a estender a duração da crise para o ano de 2022.
"A crise não termina em dezembro", diz a consultora do instituto Amanda Ohara. "A situação é grave e não faz mais sentido atacar só pelo lado da oferta. Se a gente não tratar com clareza e transparência necessária, a gente não vai ter o engajamento necessário."
O MME (Ministério de Minas e Energia) anunciou na semana passada estudos para um programa de redução voluntária no consumo e residências e pequenos comércios, mas os detalhes ainda não foram divulgados.
No plano para grandes indústrias, as empresas receberão bonificações se reduzirem a demanda em horários específicos, de acordo com as necessidades do sistema. Mas a produção perdida nesses períodos pode ser recuperada em horários de menor demanda.
"Isso pode resolver um problema, que seriam os cortes seletivos [por falta de potência para atender os horários de pico], mas não aborda a questão que está levando ao racionamento, que é a falta de água nos reservatórios", diz Ricardo Lima, sócio da consultoria Tempo Presente.
Com larga experiência no setor, Lima diz que a medida "tenta dar uma maquiagem para um racionamento que parece inevitável". Para ele, as medidas anunciadas até agora são "tímidas e covardes" e campanhas de incentivo à economia, como a veiculada pelo governo federal, têm pouco impacto no engajamento do consumidor.
Em mesa redonda com jornalistas nesta terça, os especialistas alertaram para os riscos de o debate sobre a crise serem afetados pelo período eleitoral, quando governantes tendem a evitar medidas impopulares.
"É uma crise num ano que antecede as eleições e nos preocupam as medidas que são tomadas nesse sentido", afirmou Leite. "Não da para tratar essa crise para se posicionar para as próximas eleições. É uma crise que o país está sofrendo agora", completou Lima.
Wesley Faraó Klimpel (Folhapress)
Sabe aquela impressão de que os ciclistas estão por tudo que é canto da cidade? Não é só achismo, e os números confirmam. As vendas de bicicleta no país aumentaram 34,17% no primeiro semestre de 2021 em relação ao mesmo período de 2020, de acordo com a Aliança Bike, que reúne lojistas e empresas voltadas ao transporte sustentável.
Entre os ciclistas que fizeram o mercado girar está Thaiane Ferreira, 31, que adquiriu uma bicicleta no início do ano. Adepta da pedalada aos fins de semana, ela utilizava modelos da Bike Sampa desde meados de 2019, e inclusive chegou a ter uma assinatura mensal do serviço de aluguel da empresa no início do ano passado, um pouco antes de a Covid chegar ao Brasil.
Com a pandemia decretada, sair aos domingos se tornou um hábito necessário. "Por ser um esporte totalmente individual, era a única coisa que me sentia segura de fazer, ao ar livre", explica a farmacêutica que trabalha em São Paulo.
O que a fez deixar o aluguel e partir para o sonho da bicicleta própria foi a logística para ir até um totem de empréstimo da rede das bikes laranjas. Para chegar na opção mais perto de casa, era necessário pegar um metrô.
Além do exercício físico, ela destaca que pedalar é uma terapia. "Tiro umas fotos da bicicleta e brinco que é o meu divã. É a hora em que você é obrigada a se desconectar de tudo." E, tal qual um encontro com o psicólogo, Ferreira prefere fazer sozinha a atividade.
Nem sempre, porém, a vontade dela é respeitada. Recentemente, ao pedalar apenas de top na ciclovia da marginal Pinheiros, ela precisou aturar um homem que a acompanhou por um bom trecho com perguntas inoportunas. "Não tinha como fugir, como despistar. Ele ficou me assediando com perguntas como onde morava, o que fazia, se namorava", relata, definindo a situação como desconfortável.
Justamente para evitar momentos assim que há grupos de pedais. Com quase três décadas, o Saia na Noite, voltado para mulheres, precisou se adaptar ao período pandêmico. As pedaladas noturnas deram vez aos encontros nos fins de semana. "Como a gente sai num grupo bem menor [por causa da Covid], com a cidade fechando às 21h, 22h, não dá para voltar pedalando sozinha pra casa", explica Teresa D'Aprile, uma das fundadoras do grupo.
Como pedala diariamente, ela tem visto a grande quantidade de pessoas usando magrelas. A Tembici, empresa que opera serviços de empréstimo como Bike Sampa e Bike Rio, registrou no país um crescimento de 9% entre janeiro e julho de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado. Na capital paulista, o aumento foi de 23% -algo esperado, já que no primeiro semestre de 2020 as pessoas estavam mais confinadas.
Em relação à venda de bicicletas, a pesquisa da Aliança Bike, envolvendo 180 lojistas de 20 estados, mostra que, dos modelos vendidos no primeiro semestre, 61% custavam até R$ 3.000 e 81%, até R$ 5.000. Só 5% saíram por mais de R$ 10 mil.
De acordo com Daniel Guth, diretor-executivo da entidade, os preços estão mais altos porque o mercado foi bastante afetado pela variação do dólar, que influenciou no frete marítimo e no custo da matéria-prima. "Não existe uma bicicleta no Brasil, nem a de R$ 500, que não tenha pelo menos 60%, 70% dos componentes vindos do mercado asiático."
E o custo maior das bicicletas, segundo Guth, não pode ser repassado diretamente para o cliente.
"Se você sai do poder de compra, a pessoa não leva. O lojista trabalha com margem estreita exatamente porque, se pressionar demais no valor, perde o mercado consumidor", explica.
O preço mais alto dos modelos 0 km acabou favorecendo o comércio de usadas. Fabio Petrillo, da Bike Runners, diz que muitos clientes negociam aquelas que têm em casa como forma de abater o valor de uma nova. "Quem vem comprar hoje é ciclista mesmo, diferentemente do ano passado, quando surgiu um monte de novo ciclista, que passou a pedalar porque estava todo mundo fazendo."
E o comércio de exemplares usados aumentou não só para lojistas, mas também em sites e para vendedores isolados, caso de Fabricio Berti. Servidor público, ele tem por hobby comprar modelos dos anos 1990, reformar e revender. "Compro, experimento, vendo. Com o tempo, além de precisar liberar espaço, precisava gerar o caixa para pegar outras."
Ele diz que suas magrelas custam cerca de R$ 2.400 e que as novas, do nível das que ele vende, não saem por menos de R$ 4.500. "Sempre que coloco uma bike à venda, sai em coisa de uma semana. Uma ou outra fica, mas porque o preço é mais alto."
Quem aproveitou o momento para trocar de bicicleta foi Flavia Melo, 28, e o que a motivou foi o tempo livre que a pandemia proporcionou. "E porque a bike [antiga] era piorzinha também. Com essa nova dá mais gosto de andar."
A assistente de marketing até iria para o trabalho com a nova posse, mas os cerca de 20 km que separam a Vila Carrão, onde vive, e o serviço, na Faria Lima, dificultam a locomoção. Atualmente, a capital paulista tem 651,9 km de ciclovias e ciclofaixas e 32,1 km de ciclorrotas, o que equivale a 38% da meta que a Prefeitura de São Paulo tem para 2028, de 1.800 km.
Mesmo que a bicicleta não a acompanhe para o serviço, ela é usada no dia a dia, para o mercado ou a academia. A novidade, agora, é que Melo consegue pedalar todo o trajeto, já que a antiga parceira a deixava na mão nos morros do bairro. "Tinha que descer da bike. Era uma humilhação", relembra, entre risos. "Essa nova tem potencial."