Por: Alex Sabino

Os clubes foram avisados na sexta-feira (29) à noite de que haveria uma reunião para tratar de uma nova liga, na terça (3), pela manhã, em São Paulo. Vários consideraram o prazo curto demais, mas aceitaram. Quando chegaram ao encontro, receberam uma cópia do estatuto preparado pelo advogado Flavio Zveiter.

O documento estava pronto e era apenas para ser assinado, não discutido.

Isso irritou profundamente a maioria dos dirigentes presentes. Pior do que isso, foi descobrir, segundo três deles disseram à reportagem, que o estatuto não prevê como será feita a divisão dos recursos quando a liga for implantada. Um dos cartolas ironizou à reportagem o texto. Considerou ter recebido um "bolo pronto".

Entre os 40 times das Séries A e B, apenas oito assinaram o documento na terça-feira: cinco paulistas (Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Red Bull Bragantino), Flamengo, Cruzeiro e América-MG. Leila Pereira, presidente do Palmeiras, chegou à reunião anunciando que estava ali para assinar, assinaria de qualquer jeito e quem não quisesse, deveria fazê-lo depois. Houve quem não gostasse da afirmação.

O movimento "Futebol Forte", que reúne 14 equipes, considera que a criação da liga está acontecendo de cima para baixo. Reclama que não é uma negociação, é uma imposição pretendida pelos clubes paulistas mais o Flamengo.

O temor é que depois essas agremiações vão forçar para receberem mais dinheiro do que as demais, caso a divisão não esteja estipulada em estatuto.

O "Futebol Forte" é composto por Athletico, Atlético-GO, Atlético-MG, Avaí, Ceará, Coritiba, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional e Juventude. Seus dirigentes, especialmente o mandatário do Athletico, Mario Celso Petraglia, foram os que mais contestaram os termos da reunião.

Uma das preocupações é que a repartição dos contratos incluiria o dinheiro do pay-per-view, sempre uma fonte de controvérsia entre os clubes e o Grupo Globo. Hoje em dia, cada time recebe um valor que, teoricamente, está atrelado ao número de torcedores assinantes do serviço.

Por terem maior torcida, Flamengo e Corinthians podem embolsar um valor maior. O Palmeiras relutou em assinar a renovação do acordo que está em vigência, iniciado em 2019 e válido até 2024.

A posição dos oito que já aderiram é que o importante é criar um fato político: a criação da liga e isso iniciaria a busca por investidores. Para os demais, especialmente do "Futebol Forte", é necessário resolver todas as pendências antes de qualquer coisa.

No livro "The club: how the Premier League became the richest, most disruptive business in sport" (O clube: como a Premier League se tornou a mais rica e mais disruptivo negócio no esporte, em inglês) os autores Jonathan Cleggg e Joshua Robinson explicam como o princípio de que os contratos de televisionamento dentro do Reino Unido seriam divididos de forma igual entre todos os clubes e isso foi colocado no documento de fundação do campeonato. Os acordos internacionais estão sujeitos a outros fatores e os clubes mais conhecidos recebem fatia maior.

Uma das propostas da liga brasileira é que a diferença de distribuição de receita seja de uma forma que o campeão receba 3,5 vezes mais que o último colocado, com os demais entre esses dois patamares. É modelo que espelha LaLiga, como é chamado o Campeonato Espanhol.

Há outra ideia, o "40-30-30", similar ao que já é empregado atualmente no contrato com o Grupo Globo. Nesse caso, 40% de tudo o que fosse arrecadado seria dividido de maneira igualitária, 30% de acordo com a classificação final e 30% dentro de uma equação que considera exposição de mídia, jogos transmitidos e outras variáveis.

O Futebol Forte aceita esse princípio, mas quer que a repartição seja na proporção de 50-25-25.

Vasco e Tombense ficaram no 1 a 1 na noite deste domingo (1º), pela quinta rodada da Série B. Os dois seguem invictos no torneio, mas são os 'reis da igualdade': o time carioca -que segue fora do G4- empatou quatro vezes, enquanto o mineiro, cinco.

Melhor no primeiro tempo, o Tombense abriu o placar com Igor Henrique, logo aos cinco minutos. O Vasco melhorou após o intervalo, porém viveu uma dependência total de Nenê, o grande articulador da equipe. Dos seus pés, saiu o cruzamento que resultou no gol contra de Roger Carvalho, aos dez da segunda etapa.

Com sete pontos conquistados, o time cruzmaltino fica na oitava colocação. Já o clube mineiro, que ainda não venceu nem perdeu na competição, é o 16º, com cinco pontos.

As duas equipes voltam a campo pela sexta rodada da Série B. No sábado (7), às 19h, o time carioca recebe o CSA em São Januário. Um dia antes, na sexta (6), às 21h30, o Tombense visita o Sport na Ilha do Retiro.

Como o Almeidão, em Tombos, passa por reformas para ter condições de receber jogos da Série B, o Tombense atualmente joga na cidade vizinha de Muriaé. No entanto, o Estádio Soares de Azevedo estava tomado pela torcida do Vasco.

Outro ponto que chamou a atenção foi a condição ruim do gramado. Além de diferentes tons de verde, o campo estava muito esburacado, com grandes pedaços apenas de terra, sem grama.

Os jogadores, principalmente do Vasco, reclamaram demais das marcações da arbitragem durante toda a partida. Toda marcação carregava junto uma insatisfação em campo, que deu um clima mais tenso ao jogo.

A confusão aumentou com uma série de lances polêmicos no primeiro tempo. Aos oito minutos, o Vasco ficou pedindo um toque de mão dentro da área, mas nada aconteceu e o VAR confirmou o que foi anotado em campo.

Aos dez, Igor Henrique foi derrubado e pediu pênalti. Na sequência do lance, Raniel, disputou a bola e tentou cavar uma penalidade. Na revisão, o árbitro de vídeo não pediu para o juiz de campo rever a marcação e não marcou o penal para o Tombense.

Sete minutos depois, foi a vez de Nenê tentar ganhar um pênalti. Em campo, André Luiz de Freitas Castro marcou a falta, mas fora da área. Como o contato foi dentro da área, Vinicius Furlan solicitou a revisão. Ao ver o lance no monitor, o árbitro voltou atrás e não deu nem a falta nem o pênalti.

Para completar a série, o Tombense ainda teve um gol anulado pelo VAR aos 39. Mingotti, em condição irregular, cabeceou estranho após cruzamento de Keké, contudo a bola foi para o gol.

O JOGO

Com apenas cinco minutos de bola rolando, o clube mineiro abriu o placar. Jean Lucas deu um passe em profundidade para Thiago Rodrigues, que entrou com liberdade na área e mandou uma bomba para o fundo da rede.

A melhor chance dos visitantes na etapa inicial veio aos 22 minutos. Nenê cobrou falta e acertou o travessão. A outra oportunidade foi aos 35, quando Pec aproveitou o vacilo da defesa e pegou a bola cara a cara com o goleiro. Ele chutou rasteiro, mas tirou demais do goleiro e mandou a bola para fora.

Nenê saiu do campo no intervalo sentido dores, entretanto voltou sem nenhum problema. Aos dez, cobrou escanteio no primeiro pau e Raniel cabeceou. A bola ainda desviou em Roger Carvalho antes de entrar.

Dois minutos após sofrer o empate, os mineiros quase marcaram o segundo. Também em cobrança de escanteio, Joseph cabeceou e mandou na trave.

Aos 15 minutos, sinalizadores foram acesos na torcida do Vasco e a partida foi paralisada por cerca de um minuto e meio. Uma briga entre os próprios vascaínos também começou por causa dos sinalizadores, mas foi rapidamente contida.

Os dois clubes tiveram chances de marcar com um confronto bem aberto na metade final do segundo tempo. Aos 22, Jean Lucas bateu firme e Thiago Rodrigues espalmou. Keké ficou com rebote e mandou para área, onde Jean concluiu sem força.

Já o Vasco chegou com perigo aos 31. Nenê deu uma cavadinha para Raniel, que se esticou, mas pegou mal na bola. Pouco antes, o meia também tinha feito um bom cruzamento para Gabriel Dias, que, apesar de atirar na bola, não tocou nela.

TOMBENSE
Felipe Garcia; David (Diego Ferreira), Jordan, Roger Carvalho e Manoel; Zé Ricardo (Gustavo Cazonatti), Joseph e Jean Lucas (Reginaldo); Igor (Everton Galdino), Keké (Ítalo Henrique) e Vinícius Mingotti. T.: Hemerson Maria.

VASCO
Thiago Rodrigues; Gabriel Dias, Quintero, Anderson Conceição e Riquelme (Edimar); Yuri, Andrey e Nenê (Bruno Nazário); Gabriel Pec (Lucas Oliveira), Figueiredo (Palacios) e Raniel (Getúlio). T.: Zé Ricardo.

Estádio: Soares de Azevedo, em Muriaé (MG)
Árbitro: André Luiz de Freitas Castro (GO)
Assistentes: Márcia Bezerra Lopes Caetano (RO) e Hugo Sávio Xavier Correa (GO)
VAR: Vinicius Furlan (SP)
Cartões amarelos: Keké, Jordan, Zé Ricardo (TOM); Nene, Gabriel Dias (VAS).
Gols: Igor Henrique (TOM), aos 5'/1ºT; Roger Carvalho (TOM), contra, aos 10'/2ºT.

Fernando Diniz iniciou, nesta quarta-feira (2), a nova trajetória no Fluminense. A chegada do novo treinador é uma tentativa de fazer o time mudar o rumo na temporada e tem um quê de "pagamento de dívida" da gestão com o comandante, que esteve à frente do time em boa parte de 2019. A estreia do técnico será nesta quarta-feira (4), diante do Junior Barranquila, no Maracanã, pela Copa Sul-Americana.

O técnico chega com a missão de ser o substituto de Abel Braga, que foi campeão do Campeonato Carioca e deixou o cargo na última quinta-feira (28), em meio a uma má fase do time e às críticas da torcida. Durante a coletiva de apresentação, inclusive, Diniz elogiou o trabalho do antecessor.

O primeiro desafio que o técnico terá nas Laranjeiras é fazer com que, com as peças disponíveis -uma vez que o mercado está fechado-, a equipe volte a apresentar um futebol melhor. Após o Estadual, o desempenho caiu vertiginosamente, algo admitido pelo próprio Abel na despedida.

"Eu vejo que o Fluminense montou um time que tem bastante a minha cara. Tem pelo menos sete jogadores nesse elenco que eu tentei levar, mas o Fluminense conseguiu contratar os jogadores. Acho um elenco muito bem montado, extremamente qualificado. Vou procurar tirar o melhor de cada jogador e a gente conseguir ter sucesso junto", disse Diniz.

O regresso de Diniz às Laranjeiras também lembra uma espécie de déficit, se é que assim se pode dizer, que o presidente Mário Bittencourt sentia ter com o treinador. Diniz foi contratado na gestão de Pedro Abad, mas o atual presidente assumiu em junho de 2019 -após vencer eleição que foi antecipada.

O pleito aconteceu em 8 de junho e, no dia seguinte, o Fluminense encarou o rival Flamengo pelo Brasileiro daquele ano. A convite da diretoria vigente, Bittencourt acompanhou a delegação tricolor naquela partida e assistiu à preleção de Diniz, algo que lhe chamou a atenção positivamente.

Ali começou uma relação que durou mesmo após a saída do treinador, que aconteceu em agosto e dividiu opiniões no departamento de futebol. Internamente, Bittencourt e o diretor de futebol Paulo Angioni se mostravam contrários, mas Celso Barros, então vice de futebol e homem forte da pasta, era favorável. Pouco depois, desta vez tendo o auxiliar Marcão como pivô do debate, Celso acabou afastado da função e também da diretoria.

Do adeus ao retorno, foram quase três anos e, neste período, Diniz e o presidente do clube tricolor mantiveram contato constante. Nesta nova passagem, o comandante é objetivo sobre o que deve ser diferente: a equipe tem de vencer mais jogos.

"A negociação foi extremamente rápida, era um desejo mútuo. A relação é bastante especial com ele [Mario Bittencourt] e Angioni, que me conhece desde garoto. Com o Mário é uma relação com uma profundidade significativa, especial. Desde que eu saí a gente se falou, gostamos um do outro. Mas é algo a mais, o trabalho que ele está fazendo é excelente. Sei o Fluminense que era e o que tem hoje. O que pesa é que precisamos ganhar jogos. Fazer o trabalho, pode ser o melhor do mundo, mas não garante ganhar. O Fluminense conseguiu recursos para se virar nos campeonatos, esteve nas duas últimas Libertadores e é um dos melhores trabalhos do Brasil em termos de gestão", afirmou o novo treinador.

No meio do ano passado, em entrevista ao "ge", ele citou o adeus como um arrependimento que tinha nestes anos de administração.

"Eu não teria demitido o Fernando Diniz naquele momento. É duro dizer isso porque depois veio um treinador que deu mais resultado, que foi o Odair. Mas naquele momento eu não tiraria o Fernando. Acho que o time jogava bem, e a gente ia conseguir sair [da zona de rebaixamento] com o Fernando. Mas o comando do futebol não estava na minha mão, faltava estabilidade, ambiente estava muito instável, eu acabei cedendo. Hoje eu faria diferente. Ou se ele tivesse saído eu teria efetivado o Marcão diretamente", disse, à época.

No primeiro treino de Diniz com o elenco tricolor, nesta segunda-feira, o técnico viu os retornos do zagueiro Felipe Melo, que se recupera de cirurgia no joelho, e David Braz, que desfalcou o time na última partida após sentir dores na perna esquerda, e deve estar à disposição nesta quarta-feira. Em compensação, o zagueiro Manoel e o atacante Jhon Arias, em recuperação física, não participaram das atividades, e devem desfalcar o Fluminense.

Uma provável escalação inicial do time carioca tem: Fábio; Nino, Luccas Claro e Calegari (David Braz); Marlon, Wellington, Nonato (Martinelli) e Ganso (Willian); Luiz Henrique, Caio Paulista e Cano.

O Junior Barranquilla, por sua vez, chega à partida como líder do Grupo H, somando sete pontos, e busca ampliar vantagem para garantir a vaga na próxima fase da Sul-Americana. O técnico Juan Cruz Real tem como ausências confirmadas o volante Didier Moreno e o zagueiro Dany Rosero, suspensos após levarem três cartões amarelos cada.

Uma possível escalação inicial do time colombiano tem: Sebastián Viera; Fabián Viáfara; Dany Valencia; Jorge Arias e Gabriel Fuentes; Enrique Serje e Daniel Giraldo; Omar Albornoz, Jesus Cabrera, Fredy Hinestroza e Miguel Borja.

Estádio: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Horário: Às 21h30 (de Brasília) desta quarta-feira (4)
Árbitro: Mario Diaz de Vivas (Paraguai)
Transmissão: Conmebol TV

Após ter jogado no Chile no meio da semana e com um compromisso na Argentina na próxima quarta-feira (4), o Flamengo estreou na Copa do Brasil neste domingo (1º), contra o Altos-PI, pela terceira fase da competição, com um time misto e venceu de virada por 2 a 1, em Teresina, no Piauí. O time rubro-negro sofreu um gol de bicicleta de Manoel, mas virou com Pedro e João Gomes.

Agora o time de Paulo Sousa volta o foco para a Copa Libertadores, quando enfrentará o Talleres na quarta-feira. A equipe é a líder do Grupo H e tem 100% de aproveitamento. Já o Altos encara o Botafogo (PB), na Paraíba, no sábado (7), pela Série C, onde está na zona do rebaixamento e ainda não somou nenhum ponto.

Em sua estreia com a camisa do Flamengo, o lateral esquerdo Ayrton Lucas não teve uma boa atuação. O jogador pareceu sem ritmo de jogo e errou em algumas tomadas de decisões.

Aos 28 minutos do primeiro tempo, Manoel tabelou com Marconi, recebeu um grande passo e "enfiou o sapato". A bola explodiu no travessão e o Altos quase abriu o placar no Albertão.

Maior artilheiro da história do Altos, Manoel abriu o placar no Albertão com um gol de placa, de bicicleta, sem chances para o goleiro Santos.

O Flamengo empatou com um gol de Pedro ao seu estilo, no oportunismo e bom posicionamento, após Bruno Henrique fazer um bom desarme e fazer um grande passe.

O Flamengo chegou à virada aos 33 minutos do segundo tempo quando David Luiz fez uma grande cobrança de falta, a bola bateu na trave, deu rebote e, após bate e rebate, João Gomes empurrou para o fundo do gol.

O Altos foi um time valente em Teresina. Não se preocupou apenas em se defender e explorou muito bem os contra-ataques, criando oportunidades e fazendo uma partida digna.

Em sua estreia pelo Altos, o técnico Francisco Diá roubou a cena. Aos 22 minutos do primeiro tempo, uma bola saiu pela lateral em sua direção, e ele fingiu que devolveria e deu uma finta, enganando os jogadores e garantindo aplausos até mesmo de Diego, do Flamengo. A torcida foi ao delírio.

O Flamengo, por sua vez, encontrou muitas dificuldades em Teresina. Com um time misto e desentrosado, o clube rubro-negro não conseguiu construir jogadas de qualidade e chegou mais no "abafa", construindo a virada por conta de sua superioridade técnica.

FLAMENGO
Santos, Rodinei, David Luiz, Léo Pereira e Ayrton Lucas; Daniel Cabral (João Gomes), Igor Jesus (Lázaro) e Diego; Marinho, Bruno Henrique e Pedro. T.: Paulo Sousa.

ALTOS-PI
Marcelo, Ferrari (Danilo), Lucas Sousa, Fabio Aguiar e Dieyson; Marconi (Lídio), Tibiri (Bruno Leite), Diego Viana e Elielton (Danilo Bala); Manoel (Dieguinho) e Betinho. T.: Francisco Diá.

Estádio: Albertão, em Teresina (PI)
Árbitro: Flavio Rodrigues de Sousa (Fifa/SP)
Auxiliares: Alex Ang Ribeiro (SP) e Fabrini Bevilacqua Costa (Fifa/SP)
Cartões amarelos: Fábio Aguiar (ALT)
Gols: Manoel (ALT), aos 16', Pedro (FLA), aos 20', e João Gomes (FLA), aos 33'/2ºT.

Por: Igor Siqueira

O balanço de 2021 mostra o resultado para as finanças da Ferj do primeiro ano completo sem contrato com a Globo pelos direitos de transmissão do Carioca. O cenário é de queda significativa de receita, para os padrões da entidade, e um déficit ao fim do ano que ficou em R$ 1,57 milhão.

A receita operacional bruta da Ferj caiu de R$ 22,1 milhões em 2020 (quando teve superávit de R$ 666 mil) para os R$ 13 milhões de 2021. Em 2019, último ano pré-pandemia, a receita da Ferj chegou a bater R$ 31 milhões.

Só nos direitos de transmissão, a entidade arrecadou R$ 7,2 milhões a menos de um ano para outro: saiu dos R$ 9,2 milhões de 2020 e foi para R$ 1,95 milhão em 2021. A Ferj era parte do contrato com a Globo pelo Carioca e tinha direito a 10% do valor total pago anualmente pela emissora.

Com o rompimento na reta final de 2020, gerado por desentendimento em relação à aplicação da Lei do Mandante (à época, uma Medida Provisória), o jeito foi levar o estadual para a Record. No primeiro ano do contrato, a emissora pagou R$ 11 milhões pela competição.

A expectativa é que 2022 tenha resultado melhor, até porque a Record pagou R$ 15 milhões pela edição deste ano. Contabilmente, a Ferj ainda registrou que tem a receber R$ 2 milhões da Globo como uma cota de TV pendente.

A mudança em relação à exposição do Carioca afetou também as receitas com publicidade e patrocínio, que tiveram redução de R$ 2 milhões -indo dos R$ 6 milhões em 2020 e fechando nos R$ 4 milhões de 2021.

A temporada passada foi ainda mais desafiadora para a Ferj porque o público só voltou ao estádio na reta final de 2021. Isso não foi suficiente nem para que o percentual arrecadado com a bilheteria dos jogos dos clubes ao menos empatasse com os R$ 2,5 milhões de 2020 -o balanço traz R$ 1,56 milhão nesse item ano passado.

A única linha de receita do balanço que aumentou em 2021 foi a de taxas de registro, transferência e multas do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD). É como se a entidade precisasse recorrer a uma "carga tributária" para amenizar o problema financeiro. Em 2020, a Ferj embolsou R$ 2,81 milhões. Em 2021, R$ 4,1 milhões.

A Ferj recebe 10% da bilheteria dos jogos com mando de clubes do Rio realizados fora do estado e 5% quando as partidas acontecem dentro do seu território.

A entidade teve problemas com fluxo de caixa e atrasou salários de funcionários. Até hoje tem gente que trabalhou para a Ferj e não recebeu o valor devido. Segundo o balanço, a Federação até enxugou gastos: as despesas caíram de R$ 20,2 milhões para R$ 14,2 milhões. Mas isso não foi suficiente para evitar o saldo negativo de R$ 1,5 milhão no ano. Poderia ser pior se não houvesse o repasse da CBF de R$ 1,29 milhão.

O Coritiba venceu o Fluminense de virada por 3 a 2 em partida disputada na tarde deste domingo (1º), com direito a falha bizarra de goleiro e pedaço de dente perdido no gramado. Os gols da partida válida pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro, disputada no Estádio Couto Pereira, no Paraná, foram marcados por Ganso, Andrey e Léo Gamalho.

Ganso foi o nome do jogo e sacrificou até um pedaço do dente para garantir uma possível vitória tricolor. No primeiro gol do jogo, o meia arriscou de fora e contou com falha do goleiro Muralha para abrir o placar. Aos 35, o camisa 10 marcou de cabeça e perdeu um pedaço do dente após disputar bola aérea.

O primeiro gol marcado por Ganso contou com a ajuda de um vacilo do goleiro Muralha. No lance, aos 19 da primeira etapa, Nonato tocou para o meia, que ajeitou e arriscou de fora da área sem tanta força. Muralha até tentou encaixar a defesa, mas acabou falhando feio e a bola entrou lentamente.

André levou o segundo amarelo por chute em Léo Gamalho e acabou expulso após revisão no VAR e complicou o jogo que até então estava favorável ao clube tricolor. Como consequência, o Coritiba encontrou espaços no meio-campo e voltou a pressionar, conseguindo igualar o marcador em poucos minutos.

Léo Gamalho precisou de apenas sete minutos para marcar o dele. Acionado para entrar no segundo tempo, sobrou para ele cobrar o pênalti como manda o manual: bola de um lado, goleiro do outro e marcar para dar outro destino a partida e marcar o gol da virada.

Os donos da casa começaram bem, mas perderam o foco após o primeiro gol do tricolor.

A equipe até tentou voltar a pressionar ainda na primeira etapa, mas sem sucesso. O time, embora tivesse mais posse de bola, só conseguiu se reencontrar no jogo após diminuir o placar com gol de pênalti. Aos 15 minutos, Andrey balançou as redes e igualou a pontuação. Depois disso, o Coritiba pressionou e encontrou o caminho para o gol e virou o placar no apagar das luzes, com gol de Léo Gamalho aos 49 minutos.

CORITIBA
Alex Muralha, Matheus Alexandre, Henrique, Luciano Castán, Guilherme Biro (Egídio), Andrey (Adrián Martínez), Willian Farias, Régis (Robinho), Clayton (Léo Gamalho), Alef Manga e Igor Paixão. T.: Gustavo Morínigo

FLUMINENSE

Fábio, Samuel Xavier (Calegari), Nino, Luccas Claro, Marlon, André, Nonato (Martinelli), Yago Felipe, Ganso (Willian), Luiz Henrique (Caio Paulista) e Cano (David Duarte). T.: Marcão.

Estádio: Major Antônio Couto Pereira, em Curitiba (PR)
Árbitro: Raphael Claus (Fifa/SP)
Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse (Fifa/SP) e Neuza Ines Back (Fifa/SP)
Cartões Amarelos: Ganso, André e David Duarte(FLU);
Cartões Vermelhos: André (FLU)
Gols: Ganso (FLU), aos 19 e aos 35/'ºT; Léo Gamalho (COR), aos 7', Andrey (COR), aos 15', e Léo Gamalho (COR), aos 49'/2ºT.